Laguna resolveu acordar e dizer a todos os cantos que o Itapirubá é nosso. Naturalmente, não se espera outra posição da prefeitura e dos vereadores que têm o maior peso nesse cabo de guerra. A cidade sabe o impacto que teve com a perda territorial do distrito de Pescaria Brava, transformado em município. Não quer, nem pode deixar o fantasma da divisão rondar o mapa lagunense, definido com respaldo da mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal. 622l5w
Uma nova interpretação do projeto que se discutia até ontem na Assembleia Legislativa dá uma cenário mais favorável ao município de Laguna, que receberia uma porção de terra maior de Itapirubá e cederia a área de Boa Vista para Imbituba. Faz até mais sentido: a escola de lá e o posto de saúde local são considerados como Imbituba.
O próximo dia 30 será mais um capítulo nessa queda de braço que não tem vencedor. Ficou definido para essa data um novo encontro entre os prefeitos e vereadores de ambas as cidades. Será em Imbituba e ali, os legisladores devem apresentar as impressões que colheram — se é que foram atrás — do pensamento da população. O que a comunidade deseja não deve ser desconsiderado.
O ponto-chave da discussão é saber que hoje a comunidade, se for ouvida em geral, tende a querer ficar com Imbituba, afinal a prefeitura de lá já sinalizou que os tratará bem com os serviços básicos. Essa discussão teria sido resolvida há muito tempo, se ambos os lados soubessem atuar em conjunto, de maneira que o morador que paga imposto não se sentisse desassistido.
Mas no papel, a teoria é bonita; na prática, tem casa que a conta de água é imbitubense, mas o IPTU é lagunense e o proprietário não sabe a quem recorrer. Se a Alesc decidir que, de fato, a maior porção de Itapirubá — apelidado de filé mignon — ficará com a cidade de Laguna, a prefeitura de Anita precisará correr contra o tempo. O recado foi dado. A comunidade cansou de ser abandonada pela mãe e a madrasta está de olho, só esperando. Itapirubá é nosso, mas precisamos cuidar dele, não basta apenas ter.