Como numa partida de final de campeonato em que o time está perdendo e tem de mostrar uma reação antes da vaia da torcida, o término de governo do prefeito Samir Ahmad demonstra uma ação enérgica que não havia sido vista nos últimos quatro anos. O chefe do Executivo, que afirma ter concluído 90% do que prometeu no plano de governo – esquecendo de promessas reiteradas como a Polícia Municipal, a revitalização do antigo campo do LEC e a construção de um paço para a prefeitura –, resolveu demonstrar trabalho na tentativa de não ser esquecido pela população. 3z3m1o
Em pouco mais de uma semana, iniciaram obras estruturantes como o o à Praia do Sol, modernizações como a iluminação em LED na orla do Mar Grosso e inovações como a escola bilíngue no Progresso. São intervenções de infraestrutura necessárias para a cidade. A população usufruirá bem desses avanços. Não há o que se discutir.
Todavia, é um presente de Natal tardio. A tentativa de um governo naufragado na opinião pública de se segurar em uma tábua de salvação no meio do oceano do descrédito popular. Enquanto autoriza obras importantes, faz movimentos que chamam a atenção. No último Diário Oficial, resolveu que secretários não podem mais assumir se responderem a processos istrativos internos, mas teve cautela de deixar brecha para que os seus não sejam atendidos.
Deu ainda mais poder ao chamado “supersecretário” Alcenê dos Santos, colocando-o como chefe interino da tão cobiçada Fundação Lagunense de Meio Ambiente, autarquia municipal tão combatida por pessoas com interesses obscuros. Como não bastasse, autorizou uma série de chamamentos por processo seletivos às vésperas do fechamento do mandato.
Janeiro bate à porta e com ele o novo governo. O laço do pacote será desatado pelo sucesso de Ahmad, Peterson Crippa. Caberá a ele analisar e ver se o presente é uma benesse bem-vinda ou um cavalo de Troia disfarçado.